segunda-feira, 28 de maio de 2007


"E que eu, que me fiz poeta à sombra de tua ausência, possa esquecer que par délicatesse j’ai perdu ma vie."

Marcelo Bourscheid (adaptado)


Falam-me as rosas.
Me fazem chorar com suas palavras.
Dirigem a mim suas frases doloridas.

Os espinhos de uma linda rosa
Te fazem sangrar ao tocá-la.

Mantenho distância.
Mas seu odor me lembra o que me esforço pra esquecer.
Ludibriado pelo seu venenoso perfume,
Corto-me ao tentar me aproximar.
Acordo assim do maldito transe,
Com sangue escorrendo pelas mãos.
Junto ao meu corpo, meu o sangue tomba ao chão.







Ouvindo: Marvin Gaye - I Heard it Through the Grapevine





terça-feira, 15 de maio de 2007

Sem título

Uma vez eu já quis mudar o mundo.
Uma vez eu já confiei nas pessoas.
Eu olhava pela janela e via problemas.
E continuo vendo.
Eu olhava pela janela e via esperança.
Mas agora ela já se foi.

Eles não me apóiam.
Eles não me ajudam.
Eles não me vêem.
Como posso continuar?

Será que eu preciso de alguém?
Se eu não precisar, também não preciso continuar do mesmo jeito.
Já que não preciso, não vou mais me portar assim.
Como precisasse de alguém.
O que preciso de verdade é mudar.

Se ninguém vem comigo, eu também não vou com eles.
Inimigos ou amigos, de que valem?
Não importa.
Mão no bolso, chapéu na cabeça.
Siga nesse mar de lástima.

"Nos deram espelhos, e vimos um mundo doente."