quarta-feira, 20 de junho de 2007

Pedido de desculpas

Me desculpe por tudo o que fiz
Me perdoe
Pela dor sentida
Pelo sofrimento
Pela expectativa
Pela decepção.

Por favor
Permita que eu vá sem me preocupar
Com tudo que aconteceu até agora
Com meus atos falhos
Covardes
Fracos
Fracos
Fraco.

Mas
Que sorte sua sentir isso
Porque eu
Por sua causa
Já não sinto mais nada.


Ouvindo: Alain Caron - Double Agent

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Texto que me foi apresentado pela Peps, e ilustrou perfeitamente algo que refletia há algum tempo.


"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila... Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante... A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos... Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo... Deles não quero resposta, quero meu avesso... Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim...Para isso, só sendo louco... Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças... Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta... Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria... Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto... Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade... Não quero risos previsíveis nem choros piedosos... Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça... Não quero amigos adultos nem chatos... Quero-os metade infância e outra metade velhice... Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou... Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril... "

Oscar Wilde


Ouvindo: Tin Pan Alley (AKA Roughest Place in Town) - Stevie Ray Vaughan

domingo, 3 de junho de 2007

O que é bonito - Lenine

O que é bonito
É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a hora
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça

O que é bonito...





Ouvindo: O que é bonito - Lenine